A geração share (parte II, o lado ruim)

Uma das maiores aplicações da Internet ultimamente é o compartilhamento, como já discorrido na parte I deste artigo (sábado, 23 de maio de 2009). Mas, por que o compartilhamento é, para muitos, vilão?

Que faça a primeira crítica (através de um duro comentário...) quem nunca fez download de qualquer arquivo pela Internet sem respeitar os direitos autorais. E, com a ascenção do número de usuários da Internet, este compartilhamento tende a aumentar. O compartilhamento também traz alguns problemas quando em hipertextos colaborativos, como a Wikipedia. Uma pesquisa demonstrou que este sistema é excelente para dar veracidade à boatos. Numa página sobre um cantor já falecido, um colaborador adicionou frases de sua autoria como se fossem frases do cantor. Vários jornais as publicaram como se realmente fossem.
Entretanto, o que realmente preocupa - claro que por pressão de alguns grupos economicos - é o download de músicas e programas de computador (leia mais no blog sobre Internet, ''Por Dentro da Rede'). Recentemente, uma cidadã estadunidense foi condenada a pagar uma multa milionária por baixar músicas da Internet. Cada música saiu pela 'bagatela' de 80 mil reais. o outro lado, um verdadeiro paradoxo, é que algumas gravadoras já trabalham com a distribuição livre de músicas via Internet e não gravando mais CDs. Quanto aos programas de computador, o software livre tem crescido cada vez mais. Há uma campanha paraa fazer com que a Microsoft libere  seus programas - casos um dos participantes recebe um arquivo em código fechado, como o DOC ou DOCX, não abre até que o remetente envie-o convertido em algum formato livre, como HTML, .TXT e o PDF.
Alguns artistas já vivem somente da renda de shows. Amy Lee, do grupo Evanescence, disse em entrevista, que não se importa que os fãs gravem seus shows e disponibilizarem via Internet, já que a gravadora ficaria com todo o dinheiro dos CDs mesmo... Bono Vox, do U2, diz que hoje só compram CDs homens muito honestos e mulheres muito apaixonadas. Algumas bandas já disponibilizam seu trabalho gratuitamente na Internet, abrindo espaço para doações.
E, diante disto, o que fazer? Neste quadro de expansão do número de internautas, torna-se necessário que os próprios usuários regulamentem isto. Como? Esta é a pergunta. Hoje os computadores tem hardward e software necessários para copiar CDs e DVDs. Parar de compartilhar é praticamente impossível. Se não ocorrer via Internet, será pelos celulares via bluetooth ou através de pen drives, CDs e DVDs. As gravadoras e empresas que souberem aproveitar isto a seu favor, lucrarão extremamente. As que não... Cabe ao mercado se adequar a esta nova realidade que ele mesmo criou. Mesmo o Windows e o Office sendo extremamente piratiados, a Microsoft continua lucrando. Em relação ao download de músicas, torna-se hoje uma espécie de propaganda/difusão. Quanto mais se compartilha, mais os artistas tornam-se conhecidos. Fenômenos como Susan Boyle, que explodiu graças ao YouTube, demonstram bem isto.
A indústria cultural se adapta. Torna-se tecnocultura. Fato é que houveram contratos entre o inventor do Torrent e algumas empresas de filmes. O compartilhamento, quando dissecado, mostra-se como algo indiferente, nem vilão, nem mocinho.  Sempre houve (empréstimos de fitas K-7, LPs, CDs) antes do boom da Internet e sempre ocorrerá, ao que tudo indica. Agora cabe ao mercado adaptar-s. Até porque se as gravadoras/empresas de software forem processar todos que compartilham, falirão devido às custas judiciais...

Frederico Oliveira, graduando em Jornalismo pela Universidade Federal de Goiás e já apto a ser um jornalista, segundo a regulamentação de nossa profissão...

A SEMANA...
Comunicado, por Marielle;
A geração share, parte II, o lado ruim do share, por Frederico.

2 comentários:

Isadora disse...

Fred,

Suas materias são otimas, parabéns!!!

Frederico Oliveira disse...

Muito obrigado pelo elogio. Também não perco uma postagem sua!

Postar um comentário

 
©2009 ' Digital Inclusa ' | by TNB